terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Análise comportamental de superdotados em contexto escolar: indisciplina ou falta de preparo didático?

Normalmente, a superdotação, principalmente em veículos de mídia virtual, é quase sempre relacionada a escola, quando o assunto é sites confiáveis a pesquisa sobre o tema. Pois bem. Não fiquemos aquém. Já havia dito em publicações anteriores que o intuito do Gênios Mirins não era, de forma nenhuma, o de falar somente de superdotação e educação, tendo em vista que entendíamos que a criança, mesmo superdotada, é mais do que simplesmente educação, embora esta seja, invariavelmente e sem oportunidade de discurso, a base da vida de qualquer ser humano, pois bem sabemos que educação não é somente "coisa de escola", mas hoje, devido a necessidade, é deste assunto que trataremos.
As crianças com superdotação costumam apresentar certas dificuldades escolares que, em algumas vezes, não estão ligadas a bagagem curricular do colégio, mas sim a tão falada "disciplina" que se exige nos colégios atuais. 
Ou seja, basicamente, como já vimos, existe um grupo de superdotados com comportamentos agitados e sem muito potencial de atenção. Estas crianças, em geral, costumam concluir suas tarefas em prazo breve e, segundo a linguagem de alguns "professores", passarem a perturbar o restante da sala com atitudes de inquietude. Logo, para que parem, são castigados das mais diversas formas, sendo estas desde simples broncas até expulsões violentas da classe.
Outros superdotados simplesmente rejeitam as ideias apresentadas pelos tutores. Estes são, costumeiramente, os mais fechados e, por se acharem experts em alguns assuntos, se acham no direito de subordinar os demais a sua vontade. Estas crianças, ou adolescentes, podem ainda deixar de fazer tarefas, não se atentar as lições orais, com a justificativa, relacionada a tarefa, de que já muito sabem e sobre as lições orais, que tem livros e podem ler aqueles conteúdos mais tardiamente. Isso é comum em jovens.
Analisando estes comportamentos percebemos que o papel da família e até da própria escola pode ser englobado nos dois. Descordo de certos companheiros que defendem uma mudança essencialmente escolar quando se fala no comportamento do superdotado. Precisamos levar em conta ambas as partes envolvidas. Ora, o superdotado não é nenhum "santinho" que faz bagunça simplesmente por aquilo ser "da sua natureza". Que as escolas possam se adequar as mudanças, como já vem acontecendo, mas que os pais também entendam que o superdotado não é alguém para ser idolatrado como alguns insistem em fazer. Se pelo simples fato de mal educarmos os "normais" já estamos desgastando o Brasil, imaginem se mal educarmos os superdotados?
Pais, seus filhos, embora superdotados, são crianças e adolescentes como qualquer outra criança, como qualquer outro adolescente. Não idolatre-o. Não faça ele se "sentir o cara". Isso eu digo não apenas por questões de convivência dele em seu meio, mas para o seu próprio futuro. Ensinem que, embora ele possa ser excelente em algo, em outras não será. Isso é natural e ele deve saber lidar com frustrações.
Em relação a escola, esta deve ter uma disciplina rígida, mas que não bloqueie o aluno superdotado. Exemplo: "você gosta de artes, então vai ter que esperar a aula de artes para pintar ou fazer o que quiser. Se não prestar atenção nas demais aulas, não poderá pintar aqui na escola." Isso vale para o aluno que não gosta de prestar atenção nas outras aulas, como já falamos. 
Com relação ao estudante que bagunça após terminar seus exercícios, é bom que encontre-se atividades posteriores que o interessam para que possa ele desenvolver, caso, claro, tenha concluido com perfeição sua atividade, a fim de mantê-lo ocupado sem atrapalhar a classe. 
O "jogo de cintura" deve se transformar em hábito ás entidades educativas brasileiras. A educação de um superdotado, assim como de uma criança normal, deve acontecer tanto em casa quanto na escola e em qualquer outra instituição de convívio social que venha a criança participar. O que lidamos, na construção e educação das crianças, é com o futuro do país, com o futuro do mundo. Pois digo aos pais e as escolas (professores, coordenadores, etc), que pensem: "Será que eu gostaria, sem conhecer minha criança, de tê-la, com os comportamentos atuais, como presidente ou guia exemplar de minha nação futuramente?"

Romes

Um comentário:

  1. Adorei o post! Você teria livros para indicar que tratam desse assunto?
    Obrigada :)

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