sábado, 28 de julho de 2012

E como fica o psicólogo infantil num mundo tão globalizado?

O advendo do avanço tecnológico está aí. Nada está mais como era antes, tudo vem mudando. No passado, um computador demorava um bom tempo para conseguir processar dados, nesta época, quem tinha internet de 10 Giga era rico e se orgulhava disso. Algum tempo atrás existiam TV´s que tinham que literalmente esquentar para ligar.
Pois é, tudo isso se modificou. Hoje acessa-se uma rede social e no mesmo instante se baixa um filme e ouve uma música. Hoje temos computadores de mão capazes de fazer o mesmo do que os micros comuns fazem. Como evoluímos!
Natural é que as relações também evoluíssem, assim sendo, o papel de mãe e pai ficou modificado pela era da tecnologia. Os pais estão cada vez mais longe das crianças, que encontram um grande amigo capaz de armazenar outros grandes amigos. A internet com suas redes sociais. Normalmente uma criança de seis, sete anos vivencia a seguinte rotina: logo de manhã e acalentada com alguns rápidos beijos pela mãe, que logo sai para o trabalho. Se estudar a tarde, passará grande parte a manhã conectada a internet. Logo depois, almoça, sem nenhum familiar e um kombista passa para levá-la a escola. Quando chega, sem nada para fazer, volta a utilizar o computador. Então vai dormir, tendo visto os pais apenas no começo da manhã.
Sabemos que educação é convivío. É pelo convívio com a familia que se aprende métodos sociais e normas impostas pelo costume que nos cerca, então, como fica a educação e transmissão de valores sendo que a única relação entre pai e filho ocorre num único beijo (isso se houver)?
Aí sabe o que acontece? Passa-se um tempo e o diretor da escola da criança manda chamar os pais e indica um psicólogo reclamando de comportamentos agressivos e baixo rendimento escolar. Será realmente que este santo psicólogo pode passar todo o afeto necessário a criança, toda a educação, que era papel dos pais, todo o costume social em uma, duas horas de encontro?
Desculpe, mas acho isso difícil. Tomada esta reflexão inicial, voltemos ao tema proposto no título deste post. Sendo o psicólogo o ponto de apoio para uma família que não sabe mais o que fazer com a criança, como lidar com um mundo globalizado como este que estamos?
A criança precisa ser envolvida, deve ver seu universo perfurado pelo profissional de Psicologia. Logo, porém, o que envolve a criança atual são as influencias virtuais que recebe (claro, sem generalizar). Então, o psicólogo, como todo educador tem o papel de se infiltrar nestes meios, buscando meios de comunicação atual afim de melhorar o diálogo, descobrir o mundo por trás daquela criança. Digo se infiltrar pois a internet tem o papel de ser o local de lamentações e demonstração de personalidade. Sem meios de se expressar com a família, é no mundo virtual que a criança tentará saciar suas angústias mais íntimas e isso pode ser claramente percebido nos status que a criança expõe, nos comentários que faz, nas coisas que curte, etc.
A facilidade em fazer este trabalho está, além de outras coisas no fato de ser a criança sincera com todos, de não conseguir esconder verdades por um bom tempo. A comunicação virtual então é aquele psicólogo de todas as horas, programado apenas para ouvir angústias, alegrias, lamentações e conquistas.
Cabe ao profissional infantil desenvolver métodos de se interar com o mundo da criança e estando este voltado aos meios virtuais, cabe ao psicólogo ou quem quer que seja, fazer o real papel de um detetive. Desta maneira, ficará muito mais fácil descobrir o encantador mundo que existe dentro de cada criança, respeitando, claro a individualidade de cada uma. O mundo se atualiza, as crianças se atualizam, o educador também deve se atualizar! Tal é a lei.

Sim, realmente, assim deve ser, mas a base disso tudo está apenas em descobrir que:
Romes Sousa

terça-feira, 24 de julho de 2012

Testes de QI: é possível confiar?

Muitos psicólogos admitem os testes de QI com intenção de provar que tal criança é ou não superdotada. Porém, com olhar profundo perante tal causa notamos facilmente que testes para avaliar inteligência não pasam de meras publicidades anti-científicas.
Publicidades pelo fato de divulgar uma ou outra instituição, site ou seja lá o que for e anti-científica por exemplos que abaixo traremos.
Os testes de QI são, muitas vezes, formados por uma série de perguntas  que visam avaliar a capacidade de raciocínio lógico do indíviduo, subestimando a inteligência a meros conhecimentos lógicos, o que sabemos, pelo grande explendor filosófico que existe dentro da Psicologia, que a inteligência é muito mais do que um pensamento rápido ou um conhecimento matemático.
 Que tal relembrarmos a definição de superdotação?! Superdotação é a capacidade maior da criança para uma área do conhecimento. Lembremos: um superdotado não é um gênio que tem por obrigação tirar notas máximas em todas as disciplinas, um superdotado é uma criança comum que apenas entende mais de um assunto do que de outro.
Desta simples definição já notamos o quão baixa é a cientificidade dos testes de QI que circulam na internet. Tais testes podem sim provar que uma pessoa sabe mais de lógica, tem a capacidade de raciocínio maior, mas, raciocínio não é característica chave de todos os superdotados.
Voltando agora o nosso olhar para a superdotação artística: quantos artistas mirins espetaculares existem? Será que todos estes, se submetidos a banais testes de raciocínio terão grande proveito? Hipocrisia nossa seria responder sim a segunda pergunta.
Einstein, por exemplo, não era bom em algumas coisas, mas excelente em física, matemática e química. Alguém questiona suas altas capacidades? De mesmo modo não podemos rotular superdotados e crianças normais.
Não está em nós dizer "tal criança é superdotado". Quais argumentos apontar para isso? A superdotação é um fenômeno natural, comum nos dias de hoje, marca de uma geração inovadora, pensativa e que rejeita qualquer tipo de dogmas.
Impor um teste banal como é o QI é impor um dogma, impor um método diagnóstico para a superdotação. Isso é, sem dúvidas, uma ideia ultrapassada. Lembro novamente que não há métodos de se determinar um superdotado. A criança com altos potenciais apenas se apresenta superdotado, mostra suas habilidades, mostra o que sabe fazer, claro que tudo em suas devidas considerações.
Então, fiquem atentos: qualquer teste de QI ou o quer que seja que se encontre na internet não tem valor algum. Rejeite-o. A superdotação está dentro de cada criança com altas habilidades, cabe a nós identificar cada caso com observação em cima de observação.

Romes Sousa

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Psicopatogias, superdotação, diagnósticos prévios e problemas futuros: Qual a relação?

Muitos gostam de fazer relações entre genialidade e psicopatologias (popularmente falando, num sentido de loucura). Mas, haveria algum motivo que justificasse tal relação quando o assunto é Psicologia Infantil?
Inicialmente, analisaremos algumas visões sobre genialidade e loucura. Alguns defendem a ideia de que o aparente excesso de informações gera uma possível confusão mental, ocasionando em problemas psiquiátricos. Neste pensamento torna-se comum a frase "Conhecimento em excesso gera loucura". Analisando de uma forma mais científica notamos que não é bem isso que acontece. Outros já preferem dizer que um dos preços do vasto e profundo conhecimento sobre algo é um desgaste nas relações emocionais, um sobrecarrego psicológico podendo provocar distúrbios psíquicos, entre os problemas, a tão demida depressão.
Admitindo a tese acima, notamos que numa grande quantidade de casos de superdotação, o superdotado sofre com problemas emocionais, cognitivos, etc. O Autismo e a Hiperatividade são exemplos de problemas que infelizmente ainda hoje são confundidos para diagnóstico de superdotação. A real incompreensão de habilidades gera este tipo de problema. Aquele problema que tantos argumentam dos autistas de ficarem "no mundo da lua", não se centrarem em nada é algo ruim para o convívio com uma sociedade que prega um contato mais próximo. Porém, não esqueçamos que a condição de uma criança simular mundos mentais é a demonstração de uma criatividade pavorosa.
Outro grupo de dotados de altas habilidades é marcado pela não expressão dos dons. Enquanto os superdotados espetaculosos desejam mostrar a todo custo seus potenciais, existe um conjunto de indivíduos que prefere se retrair do convívio geral, quer que o outro perceba o grande pensador que existe por trás de uma criança retraída. Logo uma família desajustada pode afirmar que o filho é anti-social. Este rótulo previamente exposto é altamente prejudicial para o bom desenvolvimento mental do indivíduo posteriormente. O sobrecarrego de potenciais e a incompreensão dos mais próximos é motivo para o nascimento de síndromes psíquicas que querendo ou não poderão prejudicar o superdotado na fase adulta.
No grupo acima podemos observar que algumas crianças se abrem muito facilmente com qualquer um que lhe passe a mínima confiança possível. Outros já buscam além da confiança algo que o ouvinte carregue. Exemplo: um superdotado intelectual, fechado, que raramente conversa pode buscar no locutor características como: habilidades para algo, boa conversa, etc. Praticamente todos os superdotados tem uma característica muito marcante que é a capacidade extrema de observação e por isso acabam por carregar sentimentos muito enfraquecidos, chateamentos com facilidade, relações que se rompem sem a mínima dificuldade e outros fatos que desencadeias problemas de socialização tão comuns nas clínicas de psicologia infantil atualmente.
E é deste contraste grupal no meio dos superdotados que vem a aparente dificuldade em lidar com crianças que apresentam altas habilidades. É preciso ter a percepção que aquela criança que atrapalha a aula frequentemente, que não consegue se centrar em algo pode ser muitas vezes um talento intelectual ou artístico imenso. É preciso bem analisar cada caso e não cometer preconceitos ou avaliações prévias. Raramente um psicólogo chegará para uma mãe para dizer: seu filho é superdotado. E é por isso que antes de qualquer classificação no que se diz respeito a psique de cada um é muito importante avaliar diversos fatores.
A mágica da Psicologia Infantil está em compreender os dramas de cada criança, encontrar as raízes das perturbações, achar o porquê de um problema. É importante ter um olhar clínico para desbravar a mente humana, um universo próprio de cada ser, constituido de grandes mistérios e questionamentos cuja resolução pouca gente sabe onde encontrar.

Romes Sousa 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Falando de superdotação: Reflexões iniciais

Psicólogos e pedagogos estimam que em uma sala de aproximadamente trinta crianças, quatro sejam superdotadas.
Porém, qual é o sentido plausível para se classificar o superdotado? O que é um superdotado?
Segundo diversos profissionais da área da infância e juventude, superdotado é todo aquele que apresenta habilidades especiais para uma área específica, seja esta qual for.
Claro fica o fato de que, o superdotado, apresentando habilidades extraordinárias para uma área, não é um "gênio", apenas uma criança comum, com necessidades infantis e, como jamais poderia deixar de ser, influenciada por seu ambiente de convívio.
Atualmente, costumo separar dois grupos de superdotação a fim de facilitar o entendimento do fenômeno.
Existe a superdotação artística, no qual o indivíduo manifesta extraordinárias habilidades para a arte e existe também a superdotação intelectual, muito comum atualmente. Nesta, o superdotado tem facilidade em aprender uma área específica do conhecimento, a qual lhe interessa.
O tema superdotação é recoberto por perguntas e questionamentos diversificados, porém, o que existe de concreto é que, até o momento, o superdotado não apresenta características biológicas diferenciadas dos considerados "normais".
O superdotado é um reflexo de uma nova sociedade que se forma, dotado apenas de uma vontade de aprender e capacitado, por instinto de criança, a se apegar ao ambiente artístico ou intelectual que lhe é satisfatório. Este apego gera então, a vontade de se pesquisar e aprender mais sobre o assunto, gerando um superdotado que prefiro denominar "superdotado de formação".
Este grupo de superdotação não é específica, mas sim muito comum e está presente nas mais diversas regiões. É natural e completamente compreensível, visto que, a partir do instante em que a criança passa a se interessar por uma área, tem a sua volta um enorme contingente de oportunidades de pesquisa. Isso, logicamente, aumenta sua habilidade em uma área, tornando-o assim, um superdotado.
O superdotado de formação apresenta, em muitas ocasiões, características psicológicas próprias, como a vontade e instinto a pesquisa.
Em outras postagens, estarei dissertando sobre as superdotações artística e intelectual. Por enquanto, o que deve ser compreendido após a leitura desta postagem é que o superdotado é apenas um ser com capacidades maiores para uma área, porém, não deixa de ser uma criança, ou um jovem, o que deve ser respeitado. Ficou esclarecido o fato de que, pode ser a superdotação, uma propriedade gerada pelo próprio indivíduo. Deixo claro também que pode e é comum que o superdotado tenha facilidades enormes em áreas que lhe são gratas.
O tema é intrigante e vasto. Há muito a ser dito e refletido. Voltaremos a conversar nas próximas postagens.
 
 
Romes Sousa
* Postagem retirada do blog do mesmo autor (http://romesssa.blogspot.com).

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Gênios? Superdotados? Por onde caminha nossas crianças?

Aelita Andre, a mais nova gênia da arte mundial
A imagem estampada na capa deste blog é referente a menina australiana Aelita Andre, a mais nova artista plástica do mundo. A criança, hoje com cinco anos, já fez inúmeras pinturas, todas elas muito elogiadas pelos críticos de arte, o que aparentemente derruba a hipótese de que a garota faria todas essas coisas por mero acaso. A maioria prefere descrevê-la como a mais nova gênia da arte mundial.
Casos como o de Aelita são extremamente raros em nosso mundo, mas parecem, porém, terem ganhado maiores destaques de anos para cá, ou então, devem ter ocorrido com maior frequência do que em outros períodos da história.
Falo, inicialmente da genialidade na infância, um fenômeno extremamente raro, onde se pode contar nos dedos a quantidade de crianças com habilidades tão especiais capazes de desafiar uma compreensão lógica.
Deixo claro que genialidade é diferente de superdotação, porém, os dois possuem real relação. A superdotação é um acontecimento mais comum, caracterizado pela alta habilidade de uma criança para uma determinada área. Se um menino escreve ou desenha bem, é, por assim dizer, superdotado, por fazer coisas que estão a parte de sua idade cronológica.
Já quando se fala em genialidade deve-se entender uma habilidade extremamente apurada para alguma coisa. Diferente dos superdotados, encontramos na história da humanidade alguns poucos gênios que compartilham entre si características comuns como por exemplo, a iniciação na atividade que o torna posteriormente um gênio com tenra idade. Existem preciosos relatos históricos sobre Galileu Galilei, Mozart e Einstein, hoje mundialmente conhecidos, mas com um passado que instiga pesquisadores ao redor do mundo.
Genialidade, superdotação, crianças com altas habilidades. É neste mundo que este novo blog mergulhará de agora para frente. Você é o nosso convidado a participar de debates e discussões.

Bem vindo ao universo dos gênios e superdotados mirins!

Romes Sousa