terça-feira, 23 de julho de 2013

Análise dos Projetos de Superdotação Artística 01: visão da criança

 ANÁLISE DOS PROJETOS DE SUPERDOTAÇÃO ARTÍSTICA

Cantores perfeitos, belíssimos, que agitam corações, mas crianças. Até que ponto as crianças procuram a arte por livre e espontânea vontade? Será que não são "familiarmente induzidas" a isso? E como lidam com eventuais frustrações?

PROJETO DE SUPERDOTAÇÃO ARTÍSTICA: VISÃO DA CRIANÇA 
 
Nas redes de televisão brasileiras, estamos nos deparando cada vez mais com crianças fazendo arte e inclusive com programas invariavelmente destinados a exploração do talento infantil. Tais concursos têm despertado o formidável interesse de diversas crianças do Brasil inteiro. O interessante a se observar é que, mesmo involuntariamente, o projeto mais comum da superdotação artística exibida (aquela em que o indivíduo se apresenta na TV ou se expõe, com sucesso através da internet), ou não (aquela que faz arte para si ou sua família, sem sucesso ou conhecimento exterior), está cravado nos sentimentos de inveja e competição.
Analisemos: o projeto de superdotação é aquilo que move, que gera o despertar efetivo do talento do superdotado. Se perguntarmos a qualquer neófito numa escola de artes (o mesmo vale ao esporte) porque ele está ali, o que quer estudando esta ou aquela arte, ele provavelmente dirá que deseja ser um grande artista e o motivo disso, o que move este interesse, na grande maioria das vezes é o fato de a criança admirar outro cantor (daremos o exemplo da música para facilitar a compreensão)  sendo que cantar é uma forma de querer se equiparar ao admirado. Daí vem a involuntária, mas cruel inveja, ou seja, na maioria das vezes, os artistas mirins querem ser valorizados como um artista adulto que admiram, quer estar próximo, dividir palco, quer ser valorizado. 
O estilo do artista admirado na formação do projeto de superdotação artística de uma criança será aquele que estará fundamentando nas obras iniciais do superdotado. Isso muitas vezes causa a eventual "imitação" do admirado pelo admirador. Não é que o pequenino queira copiar seu cantor predileto, mas sim que faz isso por não estar totalmente com suas asas criativas abertas, ou seja, é uma forma que encontra de se mostrar, de mostrar sua arte.
Com o passar do tempo, contando com o consequente desenvolvimento pessoal da criança na arte específica que se destinou a praticar, veremos um enriquecimento do perfil artístico, ou seja, normalmente, o indivíduo tende a passar a produzir sua própria arte, que, embora ainda sofra influências do artista gerador do projeto de superdotação, conseguirá mais facilmente ter uma identidade própria, perdendo, inclusive, em algumas ocasiões, a admiração que tinha por seu antigo admirado.
Desta forma, vemos que o mundo moderno, mesmo entre a simples relação artista/criança, está fortemente marcado pela competitividade, ou seja, pela necessidade de se mostrar, de se sentir bem visto. É natural que o ser humano não consiga se submeter por muito tempo as regalias de um estranho e este sentimento, a inveja, costuma se iniciar logo no início do processo de admiração do fã pelo admirado, como já explicamos. O importante a se observar são os resultados que a admiração e esta "inveja" trará a vida da criança em seu desenvolvimento psicológico e emocional.
Na próxima postagem desta série, analisaremos o papel do pai no projeto de superdotação artística.

Romes

segunda-feira, 18 de março de 2013

Lixão dos talentos - Superdotação e Reformas Educacionais


Muito se escreve e muito se lê a cerca do desastre que está a educação pública brasileira. O objetivo desta postagem não é desvirtuar esta ideia, mas sim raciocinar a partir do seguinte dado: estimasse que cerca de 2 milhões de brasileirinhos sejam superdotados. Uma enormidade de crianças estudam em escola pública. Uma enormidade de escolas públicas não oferecem amparo adequado a qualquer desenvolvimento intelectual da criança. E aí, onde fica a superdotação?

Por onde caminha a educação dos superdotados?

Muitas crianças e jovens têm tendência, devido a fatores externos (biológicos) a desenvolverem a superdotação. Porém, de nada adianta a genética se não tivermos a prática. Apenas em contos de fadas vemos crianças que ontem estavam abaixo da espectativa para sua idade se tornarem, do dia para a noite,"pequenos gênios". 
O que estamos vendo é um genocídio da superdotação brasileira. O número de dois milhões não compraz uma realidade. Muitos jovens estão sem ter chances de estudar, de conhecer o mundo e por isso, enterrando seus talentos. A superdotação, antes de tudo é formada a partir de uma percepção, de um estímulo, que, futuramente, gerará o projeto de superdotação. Não estamos dando base para o desenvolvimento dos alto-habilidosos no Brasil.
E a que se deve esta façanha? Aos ciclos viciosos tão presentes em nossa sociedade. Geralmente, a escola nada ensina, tendo em vista que a maioria dos professores de escola pública não se importam com o que seus tutelados realmente aprendem, a família não educa, visto que são pais que também careceram de bagagem anterior, a criança, ao chegar na adolescência, muitas vezes se perde neste nosso mundanismo exarcebado e sujo e lá se foi um possível superdotado.
Precisamos repensar a educação que damos aos alto-habilidosos e as crianças em geral. Dizem que o futuro da nação são os jovens, então qual é o futuro que estamos dando a nação?! Dizem que a educação é a solução dos problemas nacionais, então qual é o amparo que damos aos problemas?! Atualmente, muito se fiz, mas pouco se faz. É preciso fazer mais e dizer menos.
A habilidade nata em muitas crianças se transforma em desastres sociais. A genética da superdotação não determina inteligência intelectual puramente desta forma, mas determina sim, percepção maior sobre os fatos, raciocínio e criatividade mais apurada, entre outros. Se não educarmos a percepção, o raciocínio e a criatividade, poderão estes muito facilmente acabarem por levar a sociedade ao caos. O jovem trabalhará a superdotação com as ferramentas que estiver em mãos. Estamos dando promiscuidade. A criatividade se desenvolve na promiscuidade. Estamos dando lixo. O raciocínio se desenvolve no lixo. Já desvirtuamos diversos superdotados ao longo da história. Será que estamos a procurar um novo Hitler?

Abordagem da Teoria das Reformas Educacionais

Infelizmente, as tão defendidas reformas educacionais não podem se proceder de uma hora para a outra. Fugindo do discurso quase que comunentemente real de que quem tem dinheiro tem medo de criar cidadãos de verdade, notamos que o Brasil por muito tempo investiu em produtos pouco lucrativos a nossa nação. Saímos de uma etapa de exploração de cana de açúcar, passamos pelo ouro, pelo café, mas nunca os investimentos foram destinados a educação qualitária.
Todos os governantes se vangloriam em lotar bibliotecas em escolas públicas. Dinheiro em vão. Os livros que lá estão raramente são usados. Não ensinamos nossos alunos a aprender. Ensinamos nossos alunos a vomitar. Vomitar fórmulas, vomitar conceitos. Não despertamos a razão em nossos alunos, despertamos a rebelião de quem se vê preso a um sistema e, embora tente dele fugir, está amarrado por ferrenhas correntes. Estas correntes são a ignorância. E como rompemos as correntes? Educação. Ensinamentos verdadeiros. Despertar de curiosidade. Apenas isso pode solucionar a educação no Brasil.
Antes de cobrarmos dos professores, devemos doutrinar os pais. Eles são os verdadeiros educadores. Eles são os responsáveis pela socialização primária. Se se educa em casa, a percepção se modifica e até mesmo em um barraco em ruínas, o aprender é possível, pois lá existe vontade.
Está na hora de transformar os discursos em prática. Já é tempo de olharmos a educação com olhos de pais. Pais verdadeiramente brasileiros, que esperam ver no amanhã filhos grandiosos que os orgulhem. O Brasil não é lixo. Nossa educação não é lixo. Deixemos as mesmisses de lado. Vivamos o novo!

Romes

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Sensação de superioridade nos superdotados: como combater?

Um dos eventuais problemas quando se fala em superdotados já formados e com projeto de superdotação definidos, é a sensação de superioridade que parece, a partir de então, cercar a criança. Observemos que, ao estudar os projetos de superdotação, vimos que este surge a partir do momento em que a criança ganha consciência das altas habilidades que possui. Desta forma, em geral, o desenvolvimento do projeto de superdotação se relaciona quase que totalmente com a criança tomar consciência de sua diferença social, ver que tem algo de especial e, logo concluir que é superior.
O interessante em tudo isso é que o sentimento de superioridade é algo que, em geral e mesmo inconsciente, todos os seres humanos almejam. Mesmo que não queiramos admitir, a sociedade nos força a ser melhor do que o outro e nós acabamos guardando isso em nosso espaço de inconsciência, ou, para outros, deixando realmente exteriorizar o seu desejo de ser superior e se mostrar assim. Podemos bem observar o comportamento de ocultação da superioridade naqueles que se dizem religiosos e ultra-caridosos. Observamos que a exigência do mundo moderno requer elogios e o ultra-caridoso gosta, quer mostrar a alguém (mesmo que seja à Deus) a sua caridade, a sua bondade. Ou seja, no fim, quer se mostrar moralmente superior aos outros. O que temos efetivamente que tentar observar é como evitar a propagação desastrosa do sentimento de superioridade na vida das pessoas. Como evitar as más impressões e como não deixar que a sensação de "ser maior" domine a vida da criança superdotada.
Algo bom que devemos sempre buscar é o amparo dos pais. Não cabe aos pais fazer mil e um elogios ao filho superdotado na tentativa de engrandecê-lo. Para o eficiente desempenho da atividade alto-habilidosa é de extrema importância que a criança entenda o seu papel na sociedade e em que as suas capacidades poderão auxiliar sua comunidade. Assim sendo, admitamos que o inverso deste processo é fazer o superdotado se sentir superior em sua comunidade. É óbvio que ele será superior na sua área, mas não deve se esquecer que o conhecimento é sempre relativo. Sempre alguém, em perfeitas condições, irá conhecer algo melhor que você, mesmo que este algo seja a sua família, ou seu próprio corpo, ou qualquer outra coisa, sem levar em conta a importância desta. Assim sendo, é bom que a família se conscientize em oferecer os suprimentos necessários ao desenvolvimento da alta habilidade. Estes suprimentos são compostos por elementos abstratos (apoio, respeito, companheirismo, amor) e materiais (livros, cursos, etc). Aumentar o ego da criança só servirá para que, futuramente, ao se deparar com uma dificuldade, o "querido superdotado" seja o primeiro a cair, não aguentando a descordância de ideias e cargos coadjuvantes em seu trabalho. Daí vemos que a família pode também afetar o projeto de superdotação.
A escola, assim como o templo religioso e demais contextos convivência do superdotado são ambientes onde a educação moral da superdotação deve ser trabalhada. A todo instante, a criança deve ter estímulos que a mostre que a sua habilidade é relativa e que deve ser usada para o melhoramento da socidade. 

Analisemos agora alguns instrumentos básicos capazes de amenizar a sensação de superioridade nos superdotados:

- Trabalhos sociais: O estímulo de trabalhos humanitários e socias é um grande educador à criança alto-habilidosa. Além dos fins morais geradores da humildade que muitos defendem, estes trabalhos também servem para ampliar o ângulo de visão do superdotado, inspirando-o, no caso artístico, ou mostrando novas realidades mundanas, no caso intelectual. Lembremos sempre de que não há hora certa para se começar trabalhos sociais, aliás, o bom é começar ainda em tenra idade, claro que com a devida motivação da família.

- Atividades religiosas: É muito importante que a criança tenha desenvolvida alguma prática religiosa, seja ela qual for. Esta, além de quase sempre exibir uma noção de inferioridade do ser humano perante a divindade cultuada, serve também para aliviar tensões e apoiar o indivíduo em momentos difíceis ao longo da vida.

- Atividade esportiva em equipe: Estas atividades ajudarão a criança a entender que ela precisa do outro, por mais fantástica que seja, e que os outros precisam dela. Em algumas artes marciais, o conceito de respeito e ordem também é trabalhado. Além das presentes citações, a criança superdotada pode usar a atividade esportiva como modo de descarregar tristezas e sentimentos ruins.

- Atividade artística: As atividades artísticas são potenciais auxiliadores dos superdotados, pois, embora a superdotação do indivíduo não se volte a arte, sempre é interessante que o fazer artístico seja trabalhado na vida do indivíduo. Vemos benefícios disso na ausência de ansiedade, no desenvolvimento da emotividade, observação e análise de fatos, em alguns casos, no trabalho em equipe, e, assim como a atividade esportiva, no alívio de tensões. Observamos também a semente para o crescimento de uma das mais importantes habilidades quando se fala em superdotação: a criatividade. Criatividade esta que não se restringe só a arte, mas que se expande a observação social e até mesmo ao desenvolvimento do raciocínio lógico.

Sugiro aos pais e educadores que procurem mostrar a seus filhos que são importantes para a família, o que faz de bem e o que faz de mal. Peço que tenham cuidado ao repreender as atitudes dos superdotados, pois, como já estudado, eles tem uma alta capacidade de percepção e arquivamento de informações. Converse sobre e exemplifique ações de humildade e resignação. Coloque seu filiado dentro dos ensinamentos de que a sua alta-habilidade deve ser meio reformulador da sociedade e que deve usá-la para o seu bem e dos que o rodeiam. Não exponha seu tutelado, não o coloque em situações de constrangimento (até mesmo um elogio pode ser motivo para a geração do sentimento de constrangimento na criança), não alimente seu ego mais que o necessário e mostre a ele que não há necessidade de ficar exibindo suas capacidades, pois estas, certamente, são ou serão percebidas posteriormente pelos que o cercam.

Romes

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nota de Informação - Postagem sobre Estímulos e sensibilidade de superdotados

A repercussão da postagem anterior sobre Estímulos e Sensibilidades nos Superdotados fez com que eu tomasse a iniciativa de transcrever uma explicação, mantendo secreto o nome da participante a fim de preservá-la. A conversa pode esclarecer algumas dúvidas que, por ventura, tenham surgido.

Pessoa X:
 
"Retirado do texto acima: "Quando a percepção diferenciada é benéfica, vale a pena incentivá-la e aí devem os pais alimentarem aqueles pensamentos no filho, discutindo, debatendo ideias, etc." Oque isso quer dizer? Por que? "Há uma percepção diferenciada MALÉFICA ? Oque pode - se entender como maléfica ? Questionamentos além daquilo a que o sistema pode explicar? " Ou foi apenas uma falha no texto acima?

Resposta:

Ah sim, X. Por favor, permita-me explicar. Realmente usei palavras erradas. Quando estou falando sobre a percepção, estou falando a respeito da ideia formulada a partir da observação de algo. Quando falo que é benéfica é que, de forma generalizada, traz uma visão diferenciada sobre algo que beneficia realmente a sociedade. Por exemplo: numa família totalmente desligada de fatores morais, uma criança, ao ver noticiar na TV um fato sobre a morte de um idoso que estava atravessando a rua e não notou a vinda de um carro, diz: "Coitado. O trânsito poderia melhorar!". Ou seja, ela teve a percepção emotivamente e moralmente (socialmente falando) boa para a questão, enquanto o restante da família poderia dizer: "Bem feito, quem manda não olhar a rua!". Entende? A criança teve um olhar diferenciado e com base moral para algo. Soube ver outro lado da história. Agora, quando você fala de percepção maléfica, esta está associada a uma percepção avaliativa de uma situação que o sistema avalia como inaceitável. Exemplo: grupos Skinheads (desculpe se escrevi errado) tendem a fazer uma percepção moral maléfica para uma simples observação de um homossexual na rua. Se a visão de um gay gerar na criança um sentimento moralmente errôneo, temos uma percepção moralmente errada ou maléfica. Desculpe, realmente foi erro do texto. Usei as palavras erradas. Muito, muito obrigado pela alerta! Obrigado também pela visita ao blog!"

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Estímulos e sensibilidade nos superdotados

Em geral, o que caracteriza uma criança com superdotação é, além das altas habilidades que possui para uma determinada área, o modo com que absorve as informações que lhes são passadas. Ou seja, normalmente, todas as crianças de uma sociedade recebem, em maior ou menor grau, os mesmos estímulos. O que muda, com relação ao superdotado, é a forma como o indivíduo percebe e organiza esses estímulos.
O processo de organização dos estímulos é, claro, muito envolvido com o que a família e a sociedade em que a criança vive pensa e comulga em suas ações. Desta forma, uma família religiosa poderá interpretar um acontecimento social de uma forma enquanto uma família desligada de religião de outra. O que acontece é que a criança recebe também um pouco dessas ideias, ou seja, tende a pensar daquela forma, mas, no caso do superdotado, em geral, ele terá sempre um pensamento diferente do generalizado pelo seu meio e é por isso que digo que a superdotação é incontextualizada, ou seja, fora do contexto de convivência típico da criança. 
Voltando ao assunto de estímulos. Em geral, o indivíduo com altas habilidades tende a olhar o mundo de outra forma, repudiando comportamentos que o seu contexto de convivência aplaude ou aclamando comportamentos que a sociedade de convivência tende a rejeitar (um exemplo clássico é o do jovem que não quer conviver com pessoas de sua idade, pois não gosta das mesmas coisas que os outros e prefere se relacionar com adultos). Aí entra o que muitos chamam de rebeldia, principalmente quando se fala no adolescente superdotado. Porém, vejamos que a rebeldia, psicologicamente analisada, é um comportamento socialmente anormal a um estímulo. Cabe a nós olharmos se este comportamento tem ou não fundamento.
O olhar diferente para o mundo, como falamos, deve ser moderado. Em muitas ocasiões, não passará de uma fase, mais em outras, persistirá por toda a vida. A moderação de percepção deve ser feita, caso seja prejudicial, inicialmente pelos pais, de forma sutíl a fim de não gerar mais revoltas e, caso não obtenha sucesso, o apoio de um psicólogo pode ser necessária.
Quando a percepção diferencida é benéfica, vale a pena incentivá-la e aí devem os pais alimentarem aqueles pensamentos no filho, discutindo, debatendo ideias, etc. Esta será uma grande oportunidade para os pais se aproximarem ainda mais dos filhos de forma sádia a fim de ganhar confiança e respeito e até mesmo para desenvolver mais a intelectualidade do filho.
Outro ponto interessante de olharmos é que o superdotado tem uma característica muito interessante quando se fala em sensibilidade. Normalmente, sempre vai sentir mais as coisas do que as outras crianças. Essa excessiva sensibilidade se dá devido ao fato de ter a criança uma curiosidade  maior de observar e analisar quase tudo o que o rodeia.. 
Com relação a excessiva sensibilidade emocional, temos que a criança superdotada tende a chorar com mais facilidade, se comover a dor do outro mais fácilmente, ficar extremamente triste com assuntos que não requeriam tanta tristeza, etc. 
Observemos um caso fictício sobre o sentimento de tristeza, que nos dará maior compreensão sobre o assunto.
Joana é uma menina muito linda de pouco mais de sete anos que adora receber elogios pelas belíssimas pinturas que faz. É muito estudiosa e sempre foi altamente talentosa para as artes. Certo dia, na aula de educação artística, cujo assunto era "gênios da arte", a professora fez a seguinte colocação:
- Da Vinci foi um dos maiores gênios da pintura de toda a história. O Brasil jamais teve e possívelmente jamais terá um artista como ele.
Inexplicávelmente, a menina chegou em casa triste e se isolou em seu quarto, não atendendo aos convites dos pais para desenhar e pintar, o que aliás, ela mais gostava de fazer. Joana não queria fazer nada e, nesta mesma noite, se pôs a chorar.
Os pais, desligados, nada perceberam.
E aí, o que motivou esta repentina tristeza em Joana? Para desvendarmos o mistério, peço que observem a frase: "O Brasil jamais teve e possívelmente jamais terá um artista como ele." Agora notem mais profundamente este trecho: "jamais terá um artista como ele". Deu para perceber? A criança simplesmente se chateou por sugerir que a professora a tenha subestimado em dizer que o país jamais teria um artista como Da Vinci. Para os superdotados, quanto mais elogios receberem melhor será. Nesta passagem vimos que, para a professora, o que fez foi tão somente uma colocação de aula, mas para Joana, a monitora subestimou suas capacidades artísticas, dizendo que não poderia ser uma ótima artista como foi Da Vinci. Isso a feriu profundamente. Da citação acima dá para tirar uma pequena dimensão quanto a dificuldade de se educar um superdotado. Apenas seis palavrinhas causaram toda uma tristeza na vida de uma criança.
O ser superdotado terá uma gama de pensamentos capazes de serem gerados para cada ação, por isso é de extrema importância que a família e a sociedade saibam como lidar com o indivíduo a fim de manter uma relação saudável com o pequeno. Mas deixemos sempre claro:  A criança, antes de ser superdotada, é uma criança que precisa de afeto como ou até mais que as outras.

Referências Bibliográficas:
- Revista Esfinge: A partir da pupila do superdotado, Estela Álvares Baraza.

Romes

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Análise comportamental de superdotados em contexto escolar: indisciplina ou falta de preparo didático?

Normalmente, a superdotação, principalmente em veículos de mídia virtual, é quase sempre relacionada a escola, quando o assunto é sites confiáveis a pesquisa sobre o tema. Pois bem. Não fiquemos aquém. Já havia dito em publicações anteriores que o intuito do Gênios Mirins não era, de forma nenhuma, o de falar somente de superdotação e educação, tendo em vista que entendíamos que a criança, mesmo superdotada, é mais do que simplesmente educação, embora esta seja, invariavelmente e sem oportunidade de discurso, a base da vida de qualquer ser humano, pois bem sabemos que educação não é somente "coisa de escola", mas hoje, devido a necessidade, é deste assunto que trataremos.
As crianças com superdotação costumam apresentar certas dificuldades escolares que, em algumas vezes, não estão ligadas a bagagem curricular do colégio, mas sim a tão falada "disciplina" que se exige nos colégios atuais. 
Ou seja, basicamente, como já vimos, existe um grupo de superdotados com comportamentos agitados e sem muito potencial de atenção. Estas crianças, em geral, costumam concluir suas tarefas em prazo breve e, segundo a linguagem de alguns "professores", passarem a perturbar o restante da sala com atitudes de inquietude. Logo, para que parem, são castigados das mais diversas formas, sendo estas desde simples broncas até expulsões violentas da classe.
Outros superdotados simplesmente rejeitam as ideias apresentadas pelos tutores. Estes são, costumeiramente, os mais fechados e, por se acharem experts em alguns assuntos, se acham no direito de subordinar os demais a sua vontade. Estas crianças, ou adolescentes, podem ainda deixar de fazer tarefas, não se atentar as lições orais, com a justificativa, relacionada a tarefa, de que já muito sabem e sobre as lições orais, que tem livros e podem ler aqueles conteúdos mais tardiamente. Isso é comum em jovens.
Analisando estes comportamentos percebemos que o papel da família e até da própria escola pode ser englobado nos dois. Descordo de certos companheiros que defendem uma mudança essencialmente escolar quando se fala no comportamento do superdotado. Precisamos levar em conta ambas as partes envolvidas. Ora, o superdotado não é nenhum "santinho" que faz bagunça simplesmente por aquilo ser "da sua natureza". Que as escolas possam se adequar as mudanças, como já vem acontecendo, mas que os pais também entendam que o superdotado não é alguém para ser idolatrado como alguns insistem em fazer. Se pelo simples fato de mal educarmos os "normais" já estamos desgastando o Brasil, imaginem se mal educarmos os superdotados?
Pais, seus filhos, embora superdotados, são crianças e adolescentes como qualquer outra criança, como qualquer outro adolescente. Não idolatre-o. Não faça ele se "sentir o cara". Isso eu digo não apenas por questões de convivência dele em seu meio, mas para o seu próprio futuro. Ensinem que, embora ele possa ser excelente em algo, em outras não será. Isso é natural e ele deve saber lidar com frustrações.
Em relação a escola, esta deve ter uma disciplina rígida, mas que não bloqueie o aluno superdotado. Exemplo: "você gosta de artes, então vai ter que esperar a aula de artes para pintar ou fazer o que quiser. Se não prestar atenção nas demais aulas, não poderá pintar aqui na escola." Isso vale para o aluno que não gosta de prestar atenção nas outras aulas, como já falamos. 
Com relação ao estudante que bagunça após terminar seus exercícios, é bom que encontre-se atividades posteriores que o interessam para que possa ele desenvolver, caso, claro, tenha concluido com perfeição sua atividade, a fim de mantê-lo ocupado sem atrapalhar a classe. 
O "jogo de cintura" deve se transformar em hábito ás entidades educativas brasileiras. A educação de um superdotado, assim como de uma criança normal, deve acontecer tanto em casa quanto na escola e em qualquer outra instituição de convívio social que venha a criança participar. O que lidamos, na construção e educação das crianças, é com o futuro do país, com o futuro do mundo. Pois digo aos pais e as escolas (professores, coordenadores, etc), que pensem: "Será que eu gostaria, sem conhecer minha criança, de tê-la, com os comportamentos atuais, como presidente ou guia exemplar de minha nação futuramente?"

Romes

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Projeto de Superdotação: definição, fases, manifestações fervorosas (psicopatia) e estudo de caso


Estes, normalmente, são alto-habilidosos, ou tendenciosos a ter altas habilidades, mas algum fator exterior (ou não) determina que o seu conhecimento volte extremamente a si próprio, o que em geral gera um desumanização, desrespeito a vida, falta de valor ao ser humano e visão contorcida de diversas situações. Seus projetos serão, normalmente, muito bem planejados e articulados de forma a melhor atender os seus interesses.

Normalmente, as pessoas em muito se satisfazem com relatos de vilões históricos que tinham altas habilidades, ou que ao menos, eram chamados de "muito inteligentes". Pois bem, no último artigo publicado neste mesmo blog, citei algo que prefiro nomear de projeto de superdotação. Este projeto estará intimamente ligado com a fase introdutória deste escrito e é o nosso objeto de estudos neste post.
O projeto de superdotação começa, normalmente a se formar, a partir do momento em que a criança ou o indivíduo em questão toma conhecimentos das altas habilidades que possui. Isto sempre ocorre a partir de um parecer social e está, na grande maioria das vezes, relacionado a elogios consecutivos a criança, o que a deixa em uma situação previlegiada entre os demais.

PRIMEIRA FASE

Em fase de infância, a menos que movida por outros estímulos, a criança tende a ter um projeto de superdotação relacionado a se mostrar, ou seja, a deixar que os outros vejam o que pode fazer, nada mais. Ela quer, quase sempre, ser reconhecida. Mesmo as mais tímidas desejam isso. Este é um querer natural porque normalmente, as crianças tendem a imitar comportamentos ou serem centros de atenção e buscam isso. Quase sempre, o pequeno sempre procurará se destacar, ser melhor do que o outro, de alguma maneira, mas ele quer isso. É quase que um instinto natural e parece, em muitas vezes, estar no inconsciente humano. Se a criança receber fortes estímulos familiares que a estimule a ser melhor ou fazer algo melhor, ela antecipará a segunda fase do projeto de superdotação. 

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Um exemplo muito característico dos estimulos familiares nos projetos de superdotação está, por exemplo, numa família fanática por futebol que incentiva a criança a torcer e a saber tudo sobre o esporte. A partir do momento em que a criança ver que aquele conhecimento a coloca, de algum modo sobre os outros, terá tendências naturais a expô-lo ou resguardá-lo para um momento favorável.

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 SEGUNDA FASE

Conforme a criança cresce, o conhecimento incial que possui que, anteriormente, era movido apenas pela vontade de se mostrar e receber elogios começa a tomar contorno pelos pareceres externos (família, escola, religião, etc). Agora, o indivíduo é capaz de decidir o que fará com as altas habilidades, como irá usá-la e para que fim ele aprenderá ainda mais sobre aquilo, porque tem o parecer social de que é diferenciado e isso o gera um sentimento de glorificação capaz de dá-lo esta oportunidade de escolha.
Uma criança com altas habilidades que nasce numa família socialmente equilibrada, religiosa e ativista em projetos sociais, terá tendência em usar o que sabe em favor da comunidade e não se exibir pelos conhecimentos que tem. Ao contrário, uma que nasce numa família egoísta, tenderá a querer se mostrar, e logo a faltará a humildade.

Normalmente, os projetos de superdotação não são muito observados porque não chamam muita atenção. Na maioria das vezes, a criança simplesmente terá como projeto o gosto pelo que faz e nada além. Sem exibições, se considerará normal, comum  e, em muitos casos, não terá outro projeto a não ser a própria diversão, mesmo que em segunda fase de projeto.
Isso não acontecerá quando o indivíduo receber um estímulo forte, sendo ele com tendência ou não a transtornos psiquiátricos, que o fará ter como projeto de superdotação outras coisas. É o caso dos psicopatas.
Falei sobre Hitler no começo e volto a falar dele. O nazista em questão designou toda sua habilidade política para fazer algo que considerava correto (conhecimento muito voltado para si). Isso é fruto de ideias socialmente questionáveis, porém, o que estamos estudando são os projetos de superdotação que, neste caso, foi além do que simplesmente satisfazê-lo, tendo em vista que sua satisfação consistia em uma sociedade totalmente ariana. Tornar a sociedade "pura". Eis o projeto de superdotação de Hitler.
Certa vez, ouvi relatos de um menino que, considerado pela família muito inteligente e esperto para Informática, cometeu um ato de arrepiar para qualquer ser humano. O garoto, em sua casa, num quarto, brincando em seu computador, chamou a secretária familiar para que o auxiliasse em algo. Assim que adentrou a sala, o menino, que a esperava na porta, tratou de trancá-la, deixando assim a pobre secretária presa num cubículo.
O pequeno foi então até a cozinha, tomou uma faca, destinou seus passos ao terreiro, onde se deparou com uma cachorra portanto cerca de sete filhotinhos recém nascidos. Eram os animais domésticos da família. Sem muito pensar, o garoto se aproximou dos seres e neles disparou diversas facadas, matando instantaneamente todos os oito cães da família. 
Sem entender o que fazia, voltou a cozinha, apoiou a faca marcada por sangue no fogão e foi brincar como se nada tivesse acontecido. A empregada ficou trancada na sala até o fim da tarde e, assustada, não tardou em pedir demissão do emprego.
Vemos que aí a criança tinha total entendimento que nada estava fazendo de errado e que simplesmente fez algo que o satisfazesse (os psicopatas tendem a minimizar os seus feitos que causem repercussão, de forma que melhor lhes atenda). Notamos também que, além de só pensar em si a todo momento, a criança planejou tudo muito bem, de forma que ninguém pudesse impedí-lo de cumprir o seu desígno. 

Quero deixar os seguintes links para análise dos interessados. Os conteúdos são referentes a Psicopatia e outros transtornos de conduta na Infância.