sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Podemos formar superdotados?

Uma pergunta que não cala quando se fala em superdotação é: é possível formar superdotados? Inicialmente, porém, preciso voltar a posts anteriores onde defino o fenômeno de superdotação como sendo a caracterização de uma habilidade maior e incontextualizada de uma criança (no contexto do presente artigo) para alguma área.
Não vejo com excelentes olhos a ideia de que o pai possa criar por conta própria, um superdotado, pois, como Nietzhce disse, cada criança é de um jeito, logo, responderá a estimulos de formas diferentes e é por isso que a forma de se educar não deve ser igual para todos, mas sim equivaler a forma de aprendizado de cada criança.
Porém, embora o pai não possa garantir que a criança será diferenciada, poderá encaminhá-la. É aí que entra a educação. Em verdade, a existência do fenômeno de superdotação se dá, entre outros motivos, pelo fato de a sociedade atual ter um desparâmetro no que diz respeito a educação, ou seja, uma criança é devidamente educada e a outra é má educada, então a primeira terá maiores chances de ser futuramente considerada superdotada. Voltando a questão do encaminhamento do processo de superdotação. O que podemos fazer?
Uma dica importante está no incentivo: incentive seu filho a se interessar por algo. Ele precisará gostar de alguma coisa nem que esta seja futebol ou funk (com respeito as categorias). Desde a infância, ampare seus filhos a gostar de alguma coisa, seja ela qual for. Incentive suas pesquisas, leituras, compre livros, dê apoio. Aliás, é difícil ver com bons olhos uma sociedade na qual um adulto acha coerente pagar R$ 100,00 em um salão de beleza e não tem coragem de comprar um livro de R$ 50,00 para o filho ler.
Outro artefato que podes usar é não dar maus exemplos ao seu tutelado. O mundo já está cheio de dejetos inteligentes, não seja mais um. Ensine seu filho a se interessar pelo mundo e a dominar seus próprios sentimentos.
Tente não dizer a típica frase: "Você é muito pequeno para isso!". Entenda: se seu filho se interessa por algo, ele não é tão incapaz assim de pensar. Dê instruções e alimente a curiosidade do seu guardado, acompanhando um sistema acessível a idade e a condição da criança. Invista no conhecimento. 
Uma situação que preciso deixar clara é: muitos pais não tem condições de comprar dois, três livros por mês para seus filhos. Isso não é problema. Eduque a criança desde cedo a forma correta de utilizar o computador. A internet tem inúmeros ebooks e textos bons e gratuitos a disposição de todos, basta procurar.
Algo que já disse neste e em outros artigos e não canso de repetir para os pais e educadores é: quando se fala de superdotação, existe outra palavra que precisa andar ao lado: apoio, incentivo, força. Os pais, principalmente, são as principais convivências da criança, assim sendo, quanto mais você apoiá-lo para bons caminhos maior será a dificuldade de ele se envolver com coisas incorretas.
Enfim: o incentivo do pai constituirá, para quem quer "formar um superdotado", a primeira coisa a fazer. Os exemplos (leitura de livros, assistir um educativo programa na TV, ler boas revistas) alicerçarão o incentivo. Quando seu filho começar a gostar de algo, apoie de todas as formas que puder mas esteja ciente: ele é versátil, pode mudar de opinião. Se você for um pai psicologicamente participativo na vida de seu filho desde o começo, terás grandes chances de acompanhar estas mudanças.
O interesse da criança para a pesquisa e leitura é a "certidão de nascimento" do superdotado, mas, não esqueçamos que tudo é um processo, por isso é importante o acompanhamento dos filiais. Não é regra que alguém que se interessava por música deverá se tornar excelente em música. Avaliemos as disposições. Mas o interesse é a porta de entrada para o estudo e, se tudo der certo, para a futura prática daquela atividade.
Fora dos "milagres" que a realidade tanto vem nos oferecendo, a boa educação é a única forma de encaminhar um superdotado. Porém, não pense que estando seu filho com oito, nove anos que agora o senhor (a) poderá corrigir todos os maus exemplos do passado, porque o que já se foi não se apagará. Porém, não desista, nunca é tarde para recomeçar, mas saiba que com a criança maior tudo será mais difícl. É importante que a ética e a intelectualidade venham de berço, não importando para isso classe social ou qualquer outro fator. Se cada pai educasse positivamente seus filhos, teríamos um futuro muito melhor, pena que são poucos os que fazem isso!

Romes Sousa

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