O advendo do avanço tecnológico está aí. Nada está mais como era antes, tudo vem mudando. No passado, um computador demorava um bom tempo para conseguir processar dados, nesta época, quem tinha internet de 10 Giga era rico e se orgulhava disso. Algum tempo atrás existiam TV´s que tinham que literalmente esquentar para ligar.
Pois é, tudo isso se modificou. Hoje acessa-se uma rede social e no mesmo instante se baixa um filme e ouve uma música. Hoje temos computadores de mão capazes de fazer o mesmo do que os micros comuns fazem. Como evoluímos!
Natural é que as relações também evoluíssem, assim sendo, o papel de mãe e pai ficou modificado pela era da tecnologia. Os pais estão cada vez mais longe das crianças, que encontram um grande amigo capaz de armazenar outros grandes amigos. A internet com suas redes sociais. Normalmente uma criança de seis, sete anos vivencia a seguinte rotina: logo de manhã e acalentada com alguns rápidos beijos pela mãe, que logo sai para o trabalho. Se estudar a tarde, passará grande parte a manhã conectada a internet. Logo depois, almoça, sem nenhum familiar e um kombista passa para levá-la a escola. Quando chega, sem nada para fazer, volta a utilizar o computador. Então vai dormir, tendo visto os pais apenas no começo da manhã.
Sabemos que educação é convivío. É pelo convívio com a familia que se aprende métodos sociais e normas impostas pelo costume que nos cerca, então, como fica a educação e transmissão de valores sendo que a única relação entre pai e filho ocorre num único beijo (isso se houver)?
Aí sabe o que acontece? Passa-se um tempo e o diretor da escola da criança manda chamar os pais e indica um psicólogo reclamando de comportamentos agressivos e baixo rendimento escolar. Será realmente que este santo psicólogo pode passar todo o afeto necessário a criança, toda a educação, que era papel dos pais, todo o costume social em uma, duas horas de encontro?
Desculpe, mas acho isso difícil. Tomada esta reflexão inicial, voltemos ao tema proposto no título deste post. Sendo o psicólogo o ponto de apoio para uma família que não sabe mais o que fazer com a criança, como lidar com um mundo globalizado como este que estamos?
A criança precisa ser envolvida, deve ver seu universo perfurado pelo profissional de Psicologia. Logo, porém, o que envolve a criança atual são as influencias virtuais que recebe (claro, sem generalizar). Então, o psicólogo, como todo educador tem o papel de se infiltrar nestes meios, buscando meios de comunicação atual afim de melhorar o diálogo, descobrir o mundo por trás daquela criança. Digo se infiltrar pois a internet tem o papel de ser o local de lamentações e demonstração de personalidade. Sem meios de se expressar com a família, é no mundo virtual que a criança tentará saciar suas angústias mais íntimas e isso pode ser claramente percebido nos status que a criança expõe, nos comentários que faz, nas coisas que curte, etc.
A facilidade em fazer este trabalho está, além de outras coisas no fato de ser a criança sincera com todos, de não conseguir esconder verdades por um bom tempo. A comunicação virtual então é aquele psicólogo de todas as horas, programado apenas para ouvir angústias, alegrias, lamentações e conquistas.
Cabe ao profissional infantil desenvolver métodos de se interar com o mundo da criança e estando este voltado aos meios virtuais, cabe ao psicólogo ou quem quer que seja, fazer o real papel de um detetive. Desta maneira, ficará muito mais fácil descobrir o encantador mundo que existe dentro de cada criança, respeitando, claro a individualidade de cada uma. O mundo se atualiza, as crianças se atualizam, o educador também deve se atualizar! Tal é a lei.
Sim, realmente, assim deve ser, mas a base disso tudo está apenas em descobrir que:
Romes Sousa