ANÁLISE DOS PROJETOS DE SUPERDOTAÇÃO ARTÍSTICA
Cantores perfeitos, belíssimos, que agitam corações, mas crianças. Até que ponto as crianças procuram a arte por livre e espontânea vontade? Será que não são "familiarmente induzidas" a isso? E como lidam com eventuais frustrações?
PROJETO DE SUPERDOTAÇÃO ARTÍSTICA: VISÃO DA CRIANÇA
Cantores perfeitos, belíssimos, que agitam corações, mas crianças. Até que ponto as crianças procuram a arte por livre e espontânea vontade? Será que não são "familiarmente induzidas" a isso? E como lidam com eventuais frustrações?
PROJETO DE SUPERDOTAÇÃO ARTÍSTICA: VISÃO DA CRIANÇA
Nas redes de televisão brasileiras, estamos nos deparando cada vez mais com crianças fazendo arte e inclusive com programas invariavelmente destinados a exploração do talento infantil. Tais concursos têm despertado o formidável interesse de diversas crianças do Brasil inteiro. O interessante a se observar é que, mesmo involuntariamente, o projeto mais comum da superdotação artística exibida (aquela em que o indivíduo se apresenta na TV ou se expõe, com sucesso através da internet), ou não (aquela que faz arte para si ou sua família, sem sucesso ou conhecimento exterior), está cravado nos sentimentos de inveja e competição.
Analisemos: o projeto de superdotação é aquilo que move, que gera o despertar efetivo do talento do superdotado. Se perguntarmos a qualquer neófito numa escola de artes (o mesmo vale ao esporte) porque ele está ali, o que quer estudando esta ou aquela arte, ele provavelmente dirá que deseja ser um grande artista e o motivo disso, o que move este interesse, na grande maioria das vezes é o fato de a criança admirar outro cantor (daremos o exemplo da música para facilitar a compreensão) sendo que cantar é uma forma
de querer se equiparar ao admirado. Daí vem a involuntária, mas cruel
inveja, ou seja, na maioria das vezes, os artistas mirins querem ser
valorizados como um artista adulto que admiram, quer estar próximo,
dividir palco, quer ser valorizado.
O estilo do artista admirado na formação do projeto de superdotação artística de uma criança será aquele que estará fundamentando nas obras iniciais do superdotado. Isso muitas vezes causa a eventual "imitação" do admirado pelo admirador. Não é que o pequenino queira copiar seu cantor predileto, mas sim que faz isso por não estar totalmente com suas asas criativas abertas, ou seja, é uma forma que encontra de se mostrar, de mostrar sua arte.
Com o passar do tempo, contando com o consequente desenvolvimento pessoal da criança na arte específica que se destinou a praticar, veremos um enriquecimento do perfil artístico, ou seja, normalmente, o indivíduo tende a passar a produzir sua própria arte, que, embora ainda sofra influências do artista gerador do projeto de superdotação, conseguirá mais facilmente ter uma identidade própria, perdendo, inclusive, em algumas ocasiões, a admiração que tinha por seu antigo admirado.
Desta forma, vemos que o mundo moderno, mesmo entre a simples relação artista/criança, está fortemente marcado pela competitividade, ou seja, pela necessidade de se mostrar, de se sentir bem visto. É natural que o ser humano não consiga se submeter por muito tempo as regalias de um estranho e este sentimento, a inveja, costuma se iniciar logo no início do processo de admiração do fã pelo admirado, como já explicamos. O importante a se observar são os resultados que a admiração e esta "inveja" trará a vida da criança em seu desenvolvimento psicológico e emocional.
Na próxima postagem desta série, analisaremos o papel do pai no projeto de superdotação artística.
Romes
Com o passar do tempo, contando com o consequente desenvolvimento pessoal da criança na arte específica que se destinou a praticar, veremos um enriquecimento do perfil artístico, ou seja, normalmente, o indivíduo tende a passar a produzir sua própria arte, que, embora ainda sofra influências do artista gerador do projeto de superdotação, conseguirá mais facilmente ter uma identidade própria, perdendo, inclusive, em algumas ocasiões, a admiração que tinha por seu antigo admirado.
Desta forma, vemos que o mundo moderno, mesmo entre a simples relação artista/criança, está fortemente marcado pela competitividade, ou seja, pela necessidade de se mostrar, de se sentir bem visto. É natural que o ser humano não consiga se submeter por muito tempo as regalias de um estranho e este sentimento, a inveja, costuma se iniciar logo no início do processo de admiração do fã pelo admirado, como já explicamos. O importante a se observar são os resultados que a admiração e esta "inveja" trará a vida da criança em seu desenvolvimento psicológico e emocional.
Na próxima postagem desta série, analisaremos o papel do pai no projeto de superdotação artística.
Romes